Expectativas: construindo o início do consumo

Muitos (se não todos) concordam que a expectativa é o início do consumo. Estudos envolvendo a percepção dos consumidores revelam que as ações de vendas e comunicações de determinada empresa necessitam estar alinhadas aos padrões de percepções e escolhas de seus compradores-alvo.

É de extrema relevância que o profissional envolvido com marketing busque reduzir o risco de compra, permitindo que seus consumidores considerem como justo os valores pagos pelos produtos ou serviços. Uma boa escolha não pode deixar dúvidas ou culpas para trás. Uma decisão considerada assertiva é exatamente aquela que restringe drasticamente os riscos.

Expectativas remetem ao futuro, ou seja, qual modelo de vida o sujeito almeja para o amanhã. Aqui, vive-se uma liberdade de ideias, afetos e valores, onde cada um cria suas próprias esperanças numa dinâmica constante. Sendo assim, é possível entender que, não adiantaria conhecer os modos de compra e uso de um produto sem antes avaliar as expectativas que circundam o “fundamento do marketing” – o momento da compra.

As expectativas possuem três componentes: ideativo (que é o que se espera que aconteça após o comportamento de consumo); afetivo (referindo-se ao grau de interesse e afeto colocado no desejo); e operacional (como sendo o caminho para se realizar a expectativa). Elas também possuem quatro níveis básicos, a saber: expectativas em relação ao corpo (uma situação futura de um corpo diferente do atual); expectativas em relação ao psiquismo – ideias, afetos, valores (abrangendo o conhecimento, as regras e emoções próprias); expectativas em relação às outras pessoas (produtos associados ao estabelecimento de novos relacionamentos ou mesmo alteração dos relacionamentos atuais); expectativas em relação aos objetos (há evidências de que as pessoas estão constantemente insatisfeitas com os objetos ao seu redor).

No decorrer desta reflexão, percebemos que as expectativas são construções idealizadas na mente do indivíduo, tendo sua concretização num futuro distante ou não, dependendo de sua motivação ou condição em saná-las. Portanto, estas construções podem ser trabalhadas através das ações de marketing, o qual se responsabilizará em criar e estimular cada passo do cliente-alvo rumo ao futuro consumo. Os profissionais de comunicação, por exemplo, podem notar que as expectativas dos consumidores possuem uma gama muito mais extensa do que a simples funcionalidade dos produtos. Uma vez entendido que os caminhos para a realização dessas expectativas são diversos, os profissionais envolvidos podem explorar e conquistar uma maior margem de retorno com suas publicidades.

Não seria por acaso que o ramo de automóveis tem cada vez mais trocado seus apelos publicitários racionais, como potência e economia, por apelos emotivos, ao prometer sucesso amoroso.


Algumas perguntas devem ser feitas para concluirmos: Como estariam sendo conduzidas as expectativas dos nossos clientes? O que eles esperam do futuro? Como estamos criando o caminho para que eles satisfaçam esses desejos? Quais expectativas são estas, afinal? Quais estímulos seriam mais apropriados? A questão, enfim, é: como vamos construir o início de seu consumo e conduzi-lo até as vias de fato? 

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